Coordenadores discutem o futuro do Projeto Brasília 2060

nov 1 • Notícias • 2649 Views • Comentários desativados em Coordenadores discutem o futuro do Projeto Brasília 2060

As equipes de direção e coordenação do projeto Brasília 2060 reuniram-se no dia 28 de novembro em Brasília para uma avaliação sobre os mais de dois anos de atividades realizadas até o momento. Sob a liderança do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), o Projeto Brasília 2060 representa um experimento de elaboração de políticas, planos e programas públicos, tendo como objeto de trabalho a Área Metropolitana de Brasília (AMB).

Desde o início do projeto, já foram contempladas nove áreas temáticas para o processo de experimentação de formulação de políticas, planos e programas: Ciência, Tecnologia e Inovação; Cultura, Esporte e Lazer; Educação; Especializações Inteligentes; Expansão Urbana e Uso da Terra; Mobilidade Urbana; Planejamento, Gestão, Orçamento e Fazenda; Saúde; e Segurança Pública.

“O evento é um marco, uma vez que o trabalho de pesquisa inicial não aparece muito, mas começa a surgir depois que se inicia a maturação dos dados levantados. A partir de agora, poderemos verificar como o trabalho desempenhado pelo projeto irá colaborar para a gestão da AMB”, afirmou Cecília Leite, diretora do Ibict, durante o evento.

O professor Paulo Egler, coordenador do Projeto Brasília 2060, reforçou a importância da avaliação das ações realizadas nos mais de dois anos de atuação. O coordenador realizou uma breve apresentação sobre como o Brasília 2060 irá, sobretudo a partir de 2017, incluir em suas atividades as visões de futuro para a AMB. Como ressaltou, até o presente momento, o projeto tem trabalhado na identificação dos principais problemas hoje presentes na AMB a partir das análises das Linhas de Base, que foram elaboradas para cada uma das temáticas trabalhadas pelo projeto.

As soluções que vêm sendo propostas pelo projeto para cada uma das temáticas analisadas têm uma perspectiva de curto prazo. De acordo com o coordenador, de agora em diante será também fundamental o projeto pensar em dimensões temporais de médio e longo prazo. “Para isso, é importante que se comece a desenhar quais visões de futuro os cidadãos da AMB desejam ver concretizadas. Nesse sentido, uma atividade fundamental será o processo de consulta à sociedade, que deve ser incluída como partícipe fundamental na construção das visões de futuro para a AMB”, explicou Paulo Egler.

Projeto Brasília 2060: Projetando o futuro conhecendo o presente

filmagens-documentario-brasilia-2060-2350Ciência, Tecnologia e Inovação – A área foi representada pelo seu coordenador, o professor Geraldo Nunes. Durante a apresentação, o coordenador realizou um panorama geral das áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação no Distrito Federal. Geraldo Nunes apontou algumas constatações em relação à área, como a falta de informações sistematizadas e de ações convergentes das necessidades locais, políticas públicas específicas e estabilidade na gestão. “A cada final de governo, tudo é reorganizado. Além disso, precisamos de mais treinamento e capacitação dos gestores em CT&I”, avaliou Geraldo Nunes.

Cultura, Esporte e Lazer – A professora Thérèse Hofmann, coordenadora de Cultura, Esporte e Lazer do Projeto Brasília 2060, explicou que o setor teve um crescimento significativo nos últimos dois anos com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e a Copa do Mundo. A coordenadora detalhou a criação da Linha de Base e das Opções Estratégicas junto à equipe do projeto, representada por Valéria Gentil e Pedro Athayde. Segundo a coordenadora, “apesar de sabermos que a cultura, o esporte e o lazer são fundamentais, ainda são setores sazonais, nos quais temos percalços a serem cumpridos”.

Educação – A equipe de educação foi representada pelos professores Pedro Demo e Patrícia Novo. Na apresentação, Pedro Demo citou dados da área de educação regionais e nacionais, reforçando a importância da transformação do modelo de educação no país. “Se queremos um estudante que queira ser cientista e pesquisador, precisamos de um professor que seja cientista e pesquisador”, afirmou Pedro Demo.

Patrícia Novo explicou que a área de educação do Projeto Brasília 2060 tem atuado sob dois pilares principais, que são a formação docente e a educação integral, com um novo perfil para a educação em dois conceitos: autoria e autonomia. Como exemplo de modelo a ser seguido pelo país, Patrícia citou a iniciativa do sistema educativo em Barcelona, na Espanha.

Especializações Inteligentes/Consulta à Sociedade – O método Estratégias de Pesquisa e Inovação para Especialização Inteligente (ou em inglês Research and Innovation Strategies for Smart Specialization, RIS3) vem sendo utilizado por instituições como a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na definição de políticas de desenvolvimento econômico e social em nível regional. Neantro Rívano, coordenador da área temática de Especializações Inteligentes do projeto Brasília 2060, explicou sobre a área – nova no Projeto Brasília 2060, e as ações a serem realizadas na identificação de estratégias de pesquisa e inovação para alavancar setores econômicos já presentes na AMB.

Em relação à consulta à sociedade, Carolina Ramalhete, responsável pela área, explicou a ideia de desenvolver uma metodologia de participação da sociedade. “Estamos em uma etapa fundamental para que possamos ter um retrato real do futuro de Brasília e para o desenvolvimento de casos de sucesso para o Distrito Federal. Estamos buscando inovar na abordagem de consulta à sociedade”, afirmou Carolina Ramalhete.

Saúde – O coordenador da área, Vinicius Araújo, explicou a respeito das principais conclusões da Linha de Base e as Opções Estratégicas em Saúde. Entre os principais problemas elencados pelo coordenador na área da saúde estão a desigualdade social e a falta de gestão do sistema. Para Vinícius Araújo, é necessário investir em tecnologias, sobretudo aplicativos para smartphones, para melhorar o sistema de saúde no Distrito Federal.

filmagens-documentario-brasilia-2060-2355Expansão Urbana e Uso da Terra – A área, que é nova no âmbito do Projeto Brasília 2060, abrangerá várias questões fundamentais para o futuro da cidade, como explicou a coordenadora, Fátima Tavares. Durante a apresentação, Fátima reforçou o papel de cada cidadão no processo de expansão urbana e uso da terra. Além disso, a coordenadora explicou que não basta que as informações existam e estejam organizadas: “precisamos pensar de forma integrada como é que vamos construir as políticas públicas e programas em uma realidade colaborativa entre a sociedade, o governo e a iniciativa privada”.

Segurança – George Felipe Dantas, coordenador da área de Segurança Pública do Projeto Brasília 2060, além dos integrantes Carlos Brito, Hadana Graziela Pereira e Mauro Kaiser, contextualizaram as ações realizadas pela equipe nos mais de dois anos do projeto. Felipe Dantas explicou sobre a estruturação da Linha de Base de Segurança Pública e as opções estratégicas adotadas durante o projeto: Recursos Humanos, Infraestrutura, Gestão do Conhecimento e Integração. Como pontuou Felipe Dantas, a ideia é que o trabalho realizado pela equipe possa apoiar a tomada de decisões dos gestores públicos: “Não estamos desenhando políticas públicas e programas, mas descobrindo soluções para verificar quais delas teriam a exequibilidade em uma área tão crítica como é a segurança pública nos dias atuais”.

Mobilidade Urbana – Alessandro Silva Barbosa e Osvaldo Assis Rocha Neto, integrantes da equipe de Mobilidade Urbana, explicaram sobre a interdisciplinaridade entre as áreas do projeto. “Não é possível pensar nas outras áreas do projeto sem que o cidadão possa se deslocar pela cidade. Por exemplo, quando pensamos de forma integrada em educação, saúde e segurança pública. As pessoas buscam segurança quando estão se locomovendo, seja para estudar ou ir a um hospital”, detalhou Alessandro Barbosa. A equipe de Mobilidade Urbana também citou o problema da gestão e integração do sistema no Distrito Federal e da organização da informação.

Planejamento, Gestão, Orçamento e Fazenda – Para André Clemente, coordenador da área, que foi recentemente criada no Projeto Brasília 2060, pensar a infraestrutura e a gestão é essencial. “Estamos em contato com a Espanha e a Coreia do Sul para buscar boas iniciativas e termos um mapa estratégico e plano de governo até janeiro de 2018”, explicou. André explicou também sobre governabilidade, desenvolvimento, planejamento estratégico e gestão de pessoas em âmbito regional e nacional.

Sistema de Informações – O professor Claudio Egler detalhou a estruturação das informações do Projeto Brasília 2060. Conforme o professor, a ideia é que os dados levantados sejam organizados em softwares livres. “Um dos propósitos do projeto é o desenvolvimento de tecnologias para apoio à organização das informações produzidas, de modo a construir uma estrutura de interpretação e visualização de informações”.

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