Evento discute Estratégias de Pesquisa e Inovação para Especializações Inteligentes para a Área Metropolitana de Brasília

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Especialistas, pesquisadores e autoridades se reuniram na última quinta-feira (04) para o Workshop de Estratégias de Pesquisa e Inovação para Especializações Inteligentes. O evento ocorreu no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), em Brasília, no âmbito do Projeto Brasília 2060, que é realizado pelo Instituto.

O método Estratégias de Pesquisa e Inovação para Especialização Inteligente (ou em inglês Research and Innovation Strategies for Smart Specialization, RIS3) vem sendo utilizado por instituições como a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na definição de políticas de desenvolvimento econômico e social em nível regional.

“O método RIS3 focaliza políticas públicas e investimentos em prioridades regionais e nacionais que são centrais, valoriza as vantagens competitivas e o potencial do território e apoia a inovação”, explicou Neantro Rívano, coordenador da área temática de Especializações Inteligentes do projeto Brasília 2060. O coordenador acrescentou que “o método depende do envolvimento total dos atores chave, os stakeholders, e se baseia em fatos e sólidos sistemas de monitoramento e avaliação”.

Durante o evento, os participantes dialogaram sobre várias questões importantes para a Área Metropolitana de Brasília (AMB), como educação, mobilidade urbana, estratégias de inovação, desenvolvimento econômico, segurança, inovações sociais e agroindústria. “A ideia do RIS3 no âmbito do Projeto Brasília 2060 não é realizar uma mera cópia de aplicação de um processo que foi desenvolvido em outro lugar. Devemos considerar que a Área Metropolitana de Brasília tem vida e características muito próprias e diferenciadas”, afirmou o professor Paulo Egler, coordenador do Projeto Brasília 2060.

Políticas públicas para a AMB

Entre os aspectos discutidos, a temática da mobilidade urbana deve ser pauta frequente na agenda governamental, como reforçou o professor Paulo Egler. “Um dos grandes problemas que vivemos na AMB é que boa parte da população do Distrito Federal vem diariamente para o Plano Piloto, que é onde há a grande oferta de trabalhos e de serviços. No entanto, já começamos a identificar que tem havido certa mobilidade entre essas as Regiões Administrativas, que poderia ser aumentada com mais opções de serviços, empregos e educação nessas cidades”, explicou o professor.

Para o deputado federal Izalci Lucas, que esteve presente no evento, uma questão imediata a ser resolvida no âmbito da AMB é a criação de uma política de Estado e não de governo. “Além disso, precisamos pensar em um projeto de independência para cada Região Administrativa. Temos que descobrir qual a vocação de cada região e buscar investir em cada uma delas. Brasília já deveria ser, há muitos anos, um modelo para o país”, explicou o deputado. As áreas da educação e emprego também foram lembradas por Izalci Lucas: “Grande parte do que consumimos em Brasília vem de fora. Por que não produzir aqui e gerar mais empregos para o DF? Sem desenvolvimento econômico não vamos chegar a lugar algum, isso é fundamental em Brasilia”.

Entre os representantes do meio acadêmico esteve no workshop Aldo Paviani, professor emérito e titular da Universidade de Brasília, que é especialista em planejamento urbano e autor de diversos livros que tratam sobre o desenvolvimento da capital. Paviani comentou sobre a dificuldade que existe em pensar o futuro, explicando a importância do Projeto Brasília 2060 nesse sentido.

Para Paviani, deve-se pensar no futuro considerando a grande desigualdade social existente na AMB. “Sempre falo que, para olharmos o futuro, é preciso saber qual é a trajetória do passado. Ainda há uma dificuldade enorme em verificar, por exemplo, como é que o espaço vai ser ocupado no futuro. A questão é um pouco essa: como é que a cidade em 2060 vai ser. Ela vai ser parecida com São Paulo? Ou parecida com o que Brasília é hoje, quer dizer, uma cidade estelar, com uma constelação polinucleada? São necessárias políticas públicas e gestão governamental para pensarmos o futuro”, afirmou.

Texto e foto: Comunicação Social do Projeto Brasília 2060

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